Quando o pai, não é pai...

Eu queria contar um pouco da minha história, talvez ajude alguma mãe que se vê sozinha na responsabilidade pela criação de seus filhos.

Me casei aos 18 anos grávida, ele com 22, planejei minha segunda filha aos 22 anos, eles sempre foram crianças lindas e adoráveis, aos 24 me divorciei, fui egoísta sim, mas ele nunca foi minha escolha para passar o resto da vida, aconteceu e eu tentei por 7 anos, desisti quando nem simpatia sobrou. E já se passaram quase 11 anos desde então.

Hoje a filosofia do pai é a seguinte:

- Nunca viajar com os filhos;
- Viajar sempre com a namorada;
- Adiar a visita do final de semana sempre que outro compromisso for mais importante, sem compensações;
- Nunca levar os filhos no casamento de um amigo ou parente;
- Levar os filhos esporadicamente no aniversário dos primos paternos;
- Nunca levar os filhos em aniversário de amigos ou dos filhos deles (será que ele não tem amigos?);
- Levar os filhos para ver a avó paterna umas três vezes no ano (Natal, aniversário da vó e uma visita cortesia);
- Nas três vezes que estiver com a avó, só almoçar, não mais do que isso (ele não é presente na vida dos filhos, por que seria presente na vida da mãe?)
- Fingir para todos o quanto bom moço é (e muita gente inocente acredita, sabem de nada...);
- Fazer papel de vítima sempre, a culpa de não estar mais presente na vida dos filhos é da mãe (esqueci que eu sou a culpada pelo transito, pelo horário, pelo excesso de trabalho, pela incapacidade de gerir o tempo do infeliz);
- A culpa de tudo o que acontece com os filhos é da mãe (e culpada pelo transito, trabalho, tempo...);
- Nunca, nunca mesmo, auxiliar os filhos na execução de um trabalho escolar (alguém achava que seria diferente disso? Mais uma vez, sabe de nada...);
- Nunca fazer um simples bate e volta na praia ou numa cidade do interior próxima (pra que ir pra São Roque, se ele pode ir para os EUA sozinho?);
- Sair é levar ao cinema;
- Sair é levar ao shopping;
- Se a saída não envolve shopping e cinema, ficar em casa (e assistir um filme, isso é qualidade e aproveitamento de tempo com os filhos, obvio!);
- Não deixar que os filhos conheçam os amigos do pai (é, acho que ele não tem amigos)
- Dia de buscar os filhos é sábado, sexta é muito cansativo e inviável (por que eu vou querer buscar um dia antes se eu posso adiar a responsabilidade?);
- Nunca levar ao dentista;
- Nunca levar ao médico;
- Nunca levar na escola;
- Nunca ir a uma reunião da escola;
- Nunca ir ao campeonato de futebol;
- Nunca ir ao aniversário;
- Ir uma única vez numa sessão com o psicólogo, ouvir as considerações e os puxões de orelha da psicologa, discordar, marcar o retorno e não aparecer nunca mais. Eu paguei pela sessão que ele nunca apareceu... Só queria que as coisas melhorassem para eles;
- Uma vez ao ano esquecer o aniversário de um dos dois (nem tem o que comentar);
- Adiar a visita se o filho estiver doente, levar o são e deixar o doente pra trás (meu filho sabendo disso, mentiu que estava bem, passou mal na casa do pai, ficou internado três dias, depois disso, o pai tomou vergonha na cara e assumiu a responsabilidade)
- Não saber quem é o melhor amigo dos filhos;
- Passar o dia 25/12 junto, mas o dia 31/12 e 01/01 não (eu normalmente viajo com eles, mas nem sempre, então é melhor considerar como regra que eu irei viajar e planejar a vida sem eles, acho que ele dá graças a Deus quando eu viajo, ano passado ficou quase um mês sem ver os filhos, eles viram o pai dia 25, não viajamos dia 31, mas viajamos dia 02, só retornando dia 17, no dia 24/01, eles viram o pai)
- Não ligar para os filhos nem antes, nem durante e nem quando retornam de uma viagem, seja ela de 2 ou 20 dias;
- Não ligar nem quando não estão viajando;
- Quando tomar conhecimento da dificuldade na escola, porque eu contei, dizer ao filho que a culpa é da mãe;
- Há grana pra viajar para o exterior umas três ou quatro vezes ao ano, mas não há grana para ir à Praia Grande com os filhos;
- Deixar os filhos assistindo TV na sala e ir para o quarto fazer o mesmo (ou dormir, ou fazer qualquer outra coisa que não envolva os filhos);
- Ir ao estádio de futebol sem o filho (que diga-se de passagem é fissurado em futebol, mas não vou ser tão perversa, ele já levou o filho duas vezes, duas em cem, tá bom?);
- Causar, causar e causar sempre! (ele é uma pobre vitima, lembra?);
- Deixar nas entrelinhas que é um favor buscar os filhos;
- Deixar nas entrelinhas que é uma obrigação estar com os filhos;
- Deixar nas entrelinhas que não faz questão de estar junto;
- Deixar nas entrelinhas que tudo é prioritário, menos eles;

- Deixar bem óbvio que é um babaca!

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